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quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009


O universo indiano, aqui no Brasil esta no auge da moda, atenta ao interesse do público sobre o tema, destaquei esta postagem sobre arte extraída do lixo na cidade de Chandigarh e outra sobre a pulverização de perfume sob o lixo, para amenizar as reclamações sobre o cheiro, em Mumbai.
posts- 04.02.2009 - Elba Arêdes

16/01/2009 - 15h11

Jardim de lixo é atração na cidade mais limpa da Índia

da Efe, em Chandigarh

Chandigarh, uma cidade atípica na Índia desenhada pelo arquiteto suíço Le Corbusier e considerada a cidade mais limpa do país, mostra hoje orgulhosa um imenso jardim de resíduos como principal atração turística.

A cidade, capital dos estados de Punyab e Haryana, no norte da Índia, é uma excentricidade dentro dos caóticos modelos urbanísticos indianos e uma raridade em um país onde impera o lixo.

Projetada Le Corbusier em 1951, Chandigarh se distribui como um imenso tabuleiro de xadrez em setores quadriculados, separados por amplas avenidas arborizadas, e foi declarada em 2007 a 'cidade mais limpa' da Índia em um estudo da consultoria AC Nielsen sobre 18 cidades indianas.

Talvez por isso, a "impecável" cidade de Punyab exibe com orgulho um companheiro em outro tempo clandestino instalado em seus limites: o Jardim de Pedra de Nek Chand, que se transformou em sua principal atração ao reunir diariamente uma média de 5 mil visitantes.

Este curioso museu-jardim abrange um recinto de mais de 20 hectares composto por infinidade de resíduos que incluem de cimento residual até tomadas, cabos, barris oxidados ou restos de plástico, metal, vidro e louça.

"É impressionante, vim aqui pela minha filha, mas não esperava encontrar um lugar tão surpreendente", comenta à Agência Efe Rajesh Vaid, um dos muitos turistas que lotam o jardim.

Nek Chand, o octogenário criador do entorno, confessou há tempo ao jornal inglês "The Independent" que a chave de seu sucesso reside no fato de que, quando os visitantes saem de seu parque, "o fazem com um sorriso".

Desde a entrada do museu, com uma porta minúscula de concreto que desemboca em um sinuoso corredor ladeado por dezenas de vasilhas quebradas, o microcosmo criado por Chand oferece seu contraponto ao proclamado asseio de Chandigarh.

Mais adiante, o Jardim de Pedra se vai mostrando em diferentes períodos como um labirinto de caminhos de cimento com milhares de enigmáticas esculturas, como uma paragem de intermináveis mosaicos de cubos de cerâmica rota, como uma série de anfiteatros com paredes revestidas de tomadas ou como um conjunto de altas cascatas de água reutilizada.

Mas este parque de cimento e rocha, feito com a escória, o ferro-velho e outros dejetos que iam sobrando na construção da cidade, nem sempre teve o reconhecimento internacional de que hoje goza, porque durante anos cresceu em segredo.

Tudo começou quando Nek Chand, um hindu nascido em 1924 onde atualmente é o Paquistão, e sem possibilidade de exercer estudos superiores, chegou com a mulher a Chandigarh para trabalhar como inspetor de estradas, em 1950.

Oito anos mais tarde, Chand começou a colher, nas horas vagas, pedras de formas sugestivas por diversão, para pouco depois aproveitar todo tipo de resíduos ao seu alcance.

Assim, o humilde inspetor de estradas esculpiu, primeiro sozinho e depois com a ajuda da mulher e dos filhos, verdadeiras legiões de animais e pessoas de materiais reciclados, embora sempre com medo de que sua criação fosse destruída, por estar em terreno público.

Este temor se materializou em 1974 quando o segredo, cuidadosamente guardado por uns poucos amigos próximos, foi descoberto durante trabalhos governamentais de limpeza na zona florestal onde fica o museu-jardim.

Apesar de a história poder terminar mal, e, de fato, ele estar perto de ser derruído em mais de uma vez pelas autoridades da asséptica urbe de Le Corbusier, a cobertura de sua existência pela imprensa permitiu que o Jardim de Pedra, ao qual durante décadas Chand deu forma, siga de pé hoje.

Cinquenta anos após embarcar em seu particular aventura, o octogenário artista, que expôs mostras de sua obra nos Estados Unidos e na Inglaterra, defendeu com profunda singularidade a existência de seu éden pessoal dedicado ao espírito da criatividade indiana: "É lixo, mas é arte".

http://www1.folha.uol.com.br/folha/turismo/noticias/ult338u490935.shtml


Índia: Autoridades tratam lixo com perfume



Uma população de 18 milhões como a de Mumbai, na Índia, produz toneladas de lixo. Com o mau cheiro a incomodar os habitantes, as autoridades optaram por usar perfume. Algumas borrifadelas sobre os depósitos ajudam a reduzir o mau odor, garantem.

"Perfumar o lixo ajudou, os moradores reclamam menos. Vamos continuar o tratamento até encontrarmos uma solução de longo prazo", disse o engenheiro municipal A Karim.

O governo iniciou o tratamento há seis meses, depois de os residentes das regiões próximas dos depósitos de Deonar e Mulund fazeram protestos reclamando do fedor, escreve o SOL citando a agências internacionais.

O perfume, à base de ervas, é diluído em água e pulverizado sobre os depósitos quase todos os dias. O tratamento usa 42 mil litros do líquido a cada seis ou oito meses e custa cerca de 76 mil euros por período.

Para os ambientalistas esta solução encontrada pelo governo não é sustentável.

A população de Mumbai ronda as 18 milhões de pessoas e a cidade gera 8,5 mil toneladas cúbicas de lixo todos os dias. Cerca de 500 mil pessoas habitam nas proximidades de depósitos de lixo, onde se sente o forte cheiro, já que os resíduos não são reciclados.

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Este blog foi criado com o objetivo de gerar informações e sugestões relevantes a gestão de resíduos e questões ambientais.