Os contêineres com 290 toneladas de lixo que foram encontrados no Porto de Santos, a 72 km de São Paulo, estavam, no final da manhã de terça-feira 7 de julho, isolados num terminal de cargas no Guarujá, a 86 km da capital paulista.
O Ibama soube da carga por meio de uma denúncia do Porto do Rio Grande (RS) porque foi descoberta um material semelhante lá. O Ibama foi verificar outra carga da mesma empresa que foi enviada para o Porto de Santos. Nos contêineres os fiscais do Ibama encontraram restos de alimento, peças de computador, travesseiros velhos, embalagens vazias de produtos de limpeza. O Ibama diz que a importadora e a transportadora vão ser multadas em R$ 150 mil cada uma.
Cerca de 1,6 mil t de dejetos, incluindo banheiros químicos, fraldas sujas, seringas, camisinhas e TVs e computadores velhos, estão em contêineres nos portos de Rio Grande (RS) e Santos (SP), depois de serem enviados desde a Grã-Bretanha com a declaração falsa de que seriam um carregamento de plásticos.
O Brasil multou as três companhias que importaram o lixo - a Stefenon Estratégia e Marketing, a Bes Assessoria e Comércio Exterior e a Alphatec -, informou o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama), dizendo ainda que as empresas terão que pagar pelo transporte do lixo de volta à Inglaterra.
"Se não enviarem o lixo de volta, serão multadas (um valor diário) até isso se resolver", disse Ingrid Oberg, chefe regional do Ibama em Santos. A multa diária será somada às multas fixas que o governo já aplicou às empresas.
Alguns dos contêineres cheios de lixo estão atracados nos portos desde novembro. Houve confusão em relação a quem pagará a conta pela devolução do lixo.
A Agência do Meio Ambiente britânica disse na segunda-feira que a empresa que exportou o lixo ao Brasil também terá que repatriá-lo às suas próprias custas. Ingrid Oberg disse que as empresas brasileiras, sediadas no Rio Grande do Sul, mostraram disposição em cooperar.
As empresas, que disseram estar esperando carregamentos de plástico, poderão contestar as multas se conseguirem provar que não tinham conhecimento de estarem importando lixo potencialmente prejudicial ao meio ambiente e à saúde pública. As autoridades britânicas também estão investigando como o lixo acabou sendo exportado
22 de julho de 2009 • 20h36 • atualizado às 23h26